Do total das consultas médicas, a Portaria GM/MS nº 1101/02 estima as seguintes proporções, sobre o total de consultas médicas, necessárias para o atendimento de uma determinada população no período de um ano: 12% de consultas básicas de urgência, 63% de consultas médicas básicas, 3% de consultas de urgência pré-hospitalar e trauma e 22% de consultas médicas especializadas.
Com a análise realizada à luz destes parâmetros pode-se constatar que além do problema relacionado ao número insuficiente de consultas médicas que são colocadas à disposição da população, conforme pudemos constatar no link COBERTURA DE CONSULTASMÉDICAS (neste Blog) as mesmas encontram-se mal distribuídas do ponto de vista das proporções por especialidades, conforme pode ser visto na Tabela nº 2.
Tabela 2 – Número de consultas médicas por especialidades necessárias e realizadas, segundo parâmetro de cobertura assistencial da Portaria/GM/MS nº 1101/2002. Guarapari-ES, 2006.
Existe um excesso de oferta de consultas básicas de urgência (84.399 consultas/ano ou 44,5% do total de consultas realizadas no município), enquanto que o número de consultas médicas básicas (84.379 consultas/ano ou 44,4%), consultas de urgência pré-hospitalar e trauma (0,0%) e consultas médicas especializadas (20.968 consultas ou 11,0%) são ofertadas em número insuficiente, conforme mostra as tabela 3 e os gráficos abaixo.
Tabela 3 – Proporção (%) de consultas médicas por especialidades necessárias e realizadas, segundo parâmetro de cobertura assistencial da Portaria/GM/MS nº 1101/2002. Guarapari-ES, 2006.
Esta realidade retrata uma distorção grave que exige correção, pois demonstra uma desorganização no acesso e hierarquização dos serviços de saúde do nosso município e representa uma oferta de consultas médicas fora da realidade e necessidade real da população do município.
A necessidade de reestruturação de toda a rede básica torna-se evidente, pois esta desorganização acaba por promover distorções que comprometem a real necessidade de oferta de serviços de saúde à população e acaba promovendo uma “infecção” dos serviços de outros níveis de complexidade, no caso específico as consultas básicas de urgência, que por serem mais caras, acaba onerando todo o sistema de saúde.
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